sexta-feira, março 28, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges
No mistério do sem-fim
equilibra-se um planeta.

E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro;
no canteiro uma violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,

entre o planeta e o sem-fim,
a asa de uma borboleta

quarta-feira, março 26, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges

"A Linguagem de Deus" é o título do livro de autoria de Francis Collins, geneticista americano e um dos mais respeitados cientistas da atualidade. Entre seus feitos, merece destaque o papel desempenhado como diretor do Projeto Genoma, mantido pelo governo americano.

Pretendo adquirir e ler esse livro assim que possível. Como ainda não o li, sinto-me desconfortável em recomendá-lo a alguém. Contudo, aos que tiveram sua curiosidade despertada, posso recomendar a leitura de dois artigos publicados pela Revista Veja, que fazem referência à Collins e sua crença inabalável na existência de Deus:

O primeiro, sob o título A Ciência não Exclui Deus, apresenta uma entrevista com esse afamado e respeitado cientista norte-americano; o segundo, intitulado O Conflito entre Fé e Ciência, traz alguns dados estatísticos e históricos sobre esse debate antigo e, ao mesmo tempo, atual.

É possível que, depois de ler esses dois artigos, você também se sinta "tentado" a adquirir e ler o livro "A Linguagem de Deus".

Referências:

[1] Wikipédia – Francis Collins – http://pt.wikipedia.org/wiki/Francis_Collins
[2] Revista Veja 24/01/2007 – A Ciência não Exclui Deus – http://veja.abril.com.br/240107/entrevista.html
[3] Revista Veja 26/12/2007 – O Conflito entre Fé e Ciência – http://veja.abril.com.br/261207/p_078.shtml
sábado, março 22, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Dificilmente conseguimos abordar certos temas sem paixão. Jesus é um desses temas, talvez o mais polêmico para nós que vivemos no Ocidente cristão.

Fruto de fecundação incomum à cultura judaica (e corriqueira à mitologia grega, na qual divindades fertilizam mulheres), Ele nasceu de parto natural, de mãe virgem e que virgem permaneceu após ter dado à luz. Sua história é permeada de mistérios, a começar por um longo período de silêncio, seguido por um curto e tumultuado ministério marcado por discursos polêmicos, parábolas enigmáticas, profecias ambíguas, milagres inacreditáveis e teofanias extraordinárias. Amado por uns, odiado por outros, incompreendido pela maioria, encontrou-se com a morte durante as comemorações da principal festa nacional de Israel, a Páscoa - três anos após o início de Seu ministério. Mas, isso não foi o fim. Jesus ressurgiu do túmulo, voltou à vida, venceu a morte e reapareceu triunfante para escrever o final apoteótico de Sua missão na Terra: seu retorno ao Céu, morada de Deus, evento esse testemunhado por alguns seguidores fiéis, os quais receberam, como recompensa, a promessa de que, em algum dia num futuro próximo, o próprio Jesus voltaria para resgatá-los deste mundo de dor e lágrimas.

Dois mil anos se passaram e muitos ainda aguardam o cumprimento dessa promessa; relêem a Bíblia, buscando, nas palavras de Cristo, sinais que reforcem essa fé e alimentem essa esperança... Nesta semana de Páscoa, o Ocidente cristão relembra, mais uma vez, a paixão (isto é, o sofrimento) de Jesus na Terra, nutrindo, desse modo, uma tradição milenar de fé nAquele que é considerado ao mesmo tempo Deus, Homem e Salvador da humanidade.

O que dizer de tudo isso? Verdade ou falsidade?

A resposta a essa pergunta dependerá do interlocutar a quem ela for dirigida. Muito provavelmente, a mente racional relutará em aceitar como veraz a fecundação de uma mulher por uma divindade, o nascimento virginal, qualquer um dos muitos milagres a Ele atribuídos, a ressurreição dos mortos e outras tantas narrativas quase impossíveis de serem comprovadas. O coração fiel, por outro lado, não encontrará muita dificuldade em tomar como certas todas essas coisas. É que a fé tem a singular capacidade de nos transportar para o interior de um mundo encantado. E uma vez lá dentro, qualquer narrativa, por mais fantasiosa que seja ou pareça, adquire a solidez de uma rocha.

Então, reformulo a pergunta: essa narrativa, parte importantíssima do discurso cristão, faz algum sentido?

Para esclarecer melhor essa questão, vou parafrasear uma ilustração proposta por Rubem Alves, em um de seus muitos livros[2], que ressalta a diferença entre verdade, falsidade e falta de sentido. Observe: quando afirmo que "o fogo é frio" estou enunciando uma falsidade, pois afirmei algo que todos entenderam, mas que não corresponde à verdade. Não há fogo frio. É da natureza do fogo ser quente. Porém, se faço uma afirmação incoerente como esta: "o fogo, diante da probabilidade, escureceu o silêncio", você ficará confuso, pois mesmo reconhecendo cada uma das palavras, não perceberá qualquer sentido na frase. Nesse caso, não posso afirmar que esse enunciado é falso, pois, para que seja declarado falso é necessário, primeiramente, que ele faça algum sentido.

Voltemos à pergunta anterior: a narrativa da vida Jesus conforme a temos nos Evangelhos – repleta de milagres, pontilhada de intervenções divinas, permeada de feitos sobrenaturais – é verdadeira, falsa, ou sem sentido?

Sou do ponto de vista de que a resposta é irrelevante e, ainda que se chegue a um consenso sobre essa questão, tal conclusão pouco influenciaria nos caminhos e nas escolhas do Ocidente cristão: muitos prosseguiriam crendo; outros permaneceriam céticos e um terceiro grupo manter-se-ia indiferente a tudo isso. É possível, ainda, identificar um quarto grupo, composto por "empreendedores", que enxergaria em tudo isso uma oportunidade comercial e a usaria para alavancar seus "negócios", seja vendendo cerveja, ovos de Páscoa, pacotes de viagens ou um lugarzinho no céu ao lado de Jesus.

Então, sendo que, para mim, a resposta à pergunta anterior é um tanto irrelevante, vou propor uma nova questão que me soa mais significativa e passível de ser respondida: o que há de verdadeiro na comemoração da Páscoa, que possa ser relacionado à pessoa de Jesus de Nazaré?

Talvez o sentimento sincero de alguns fiéis que, de fato, acreditam naquilo que seus lideres religiosos lhes ensinaram. Talvez o desejo oculto no coração humano de se encontrar com Alguém (Jesus) que lhe seja maior e mais forte; que seja humano o bastante para nos compreender e divino o suficiente para nos socorrer; que tenha resposta para as nossas indagações e solução para nossos problemas; que seja amigo, irmão e pai presente e palpável, que nos faça sentir capazes de enfrentar os desafios da vida, de cabeça erguida e com o coração aquecido pela certeza de que nossa existência faça algum sentido... Talvez a esperança de que tudo o que foi dito acerca de Jesus de Nazaré seja verdadeiro e que, de fato, Ele possa e queira nos valer e, um dia, regresse a este mundo, para nos explicar o porquê da vida ser tal qual é.

Com efeito, a Páscoa nos lembra, ainda, que existem algumas evidências favoráveis à existência desse Jesus histórico que andou pelas estradas empoeiradas do antigo Israel, dois mil anos atrás. Se esse Jesus foi o Filho de Deus ou um simples carpinteiro (ou pedreiro?) de Nazaré; se ressuscitou corpos ou se deu nova vida a espíritos desfalecidos; se curou cegos ou se ensinou os homens a enxergarem a vida sob nova perspectiva; se fez coxos andarem ou se injetou nas pessoas a convicção de que é possível sair da inércia e locomover-se em busca dos próprios sonhos; se prometeu um céu futuro ou se nos facultou a possibilidade e a capacidade de viver em um céu presente... não saberei responder.

Gosto de pensar que esse Jesus existiu e aproveito a Páscoa para relembrar alguns de Seus ensinamentos: viver uma vida de amor e respeito, acreditar no impossível, olhar para frente com esperança e otimismo, nunca abdicar da fé em si mesmo ("tua fé te salvou", disse Ele reiteradas vezes) e, se porventura a esperança enfraquecer, o otimismo cessar e a fé desfalecer, ainda assim, dar um passo adiante e apegar-se ao impossível: acreditar em milagres, acreditar em Deus...

Como você pôde perceber, fiz várias perguntas ao longo desse texto e reconheço que fui incapaz de oferecer respostas conclusivas a qualquer uma delas. Lamento. Resta-me fazer uma última recomendação: separe um tempo nessa Páscoa para refletir sobre a enigmática figura de Jesus de Nazaré. E, se desejar, poste aqui suas impressões a respeito dAquele que, para muitos, é o Deus que se fez homem para dar sentido à vida dos homens e, para outros, o homem a quem fizemos Deus, para, de igual modo, dar sentido à nossa própria existência.



Referências:

[1] Imagem - http://www.semipa.org.br/especiais/apaixao/images/intro.jpg
[2] O que é Religião - Rubem Alves, 1981, p. 39.
sexta-feira, março 21, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Dá-se o nome de "dia útil" àquele em que o comércio, o mercado financeiro e as instituições públicas funcionam. Penso de modo diferente. Para mim, dia útil é aquele em que disponho de tempo para mim mesmo. Hoje, por exemplo, feriado de Páscoa, foi um dia extremamente útil para mim. Aproveitei parte dele para fazer algo que aprecio: correr!

Saí de casa logo após às 10h da manhã, sentindo na pele a carícia suave do vento e o toque dourado do sol de Outono. Adoro o Outono! É, de longe, minha estação favorita, que me fala de transições e mudanças: aos poucos o calor cede lugar ao frio e as chuvas vão embora; com o declínio da temperatura, cobrimo-nos de roupas, enquanto o céu se despe de nuvens e se mostra nu, sem pudor, sem vergonha, sem medo de se deixar contemplar em toda sua profunda intimidade! Adoro essa intimidade azul anil do meio-dia, que se torna alaranjada e nostálgica ao pôr do sol... E quando a noite cai, o céu desnudo se enche de estrelas! Brilho intermitente, luz trêmula, cintilante, piscante... parecem flertar comigo e me sussurrar segredos que despertam em mim saudades de mundos que não conheço...

Comecei a correr lentamente. Enquanto poupava energia, o dia esbanjava beleza. Que maravilha! Que dia útil!! Aos poucos fui me distanciando do bairro onde moro e seguindo em direção à Marginal Pinheiros. Segui até o Extra que fica próximo ao Parque Burle Max e de lá retornei pelo mesmo caminho. Ao todo foram 13 km percorridos em 1h12min54 (ritmo médio: 5,36 minutos por km, que equivale a 10,7 km/h).

O resto do feriado - isto é, do "dia útil" - passei-o no conforto do lar, dedicando-me ao ócio criativo... ou terá sido apenas ao ócio?
quinta-feira, março 20, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges

sábado, março 15, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O último sábado do verão amanheceu com cara de inverno. Olhei pela janela do quarto e saudei o dia que acabara de nascer. Observei que o sol, mais preguiçoso que eu, ainda estava deitado e se escondia sob espesso cobertor de nuvens plúmbeas. Por um breve instante me senti tentado a lhe seguir o exemplo e retornar à cama, agasalhar-me sob a manta quente e aconchegante e dar vazão ao ócio, aproveitando o sábado (que significa "descanso") para me recuperar da semana exaustiva que chegava ao fim.

Mas, se por um lado o corpo se sentia seduzido por cama e repouso, por outro, a mente se mostrava inquieta e faminta por ação. Ainda bem que ação mental combina com inércia corporal e assim, reconciliado interiormente, pus-me a pensar e, em seguida, a entreter um diálogo amistoso e sereno com minha esposa, diálogo esse que se enveredou pelos meandros da lingüística e da crítica textual. Reconheço que, para muitos, tal assunto não seria objeto de conversa serena e agradável, e sim um tema acre, maçante e impróprio para uma manhã de sábado. Não é esse o nosso caso. Minha esposa é especialista em língua portuguesa e lingüística e eu sofro de uma atração (quase) insana por línguas (quase) mortas, como grego antigo, latim, hebraico e o brasileiríssimo tupi. E foi nessa conversa amistosa que a ouvi repetir uma interessante definição de leitura, sobre a qual gostaria de refletir um pouco: "Ler é atribuir sentido".

Ler não é apenas decifrar um código. Decifrar implica em conhecer a correspondência entre um conjunto de símbolos gráficos e seu equivalente valor fonético-visual. Em outras palavras, decifrar é tão somente decodificar. Dá-se o nome de "analfabeto funcional" a quem consegue somente decodificar a escrita sem, contudo, interpretar o sentido do texto como um todo. No Brasil, por exemplo, embora o percentual de analfabetos seja de apenas 11,8%, o índice de analfabetismo funcional é assustador, chegando a 75% da população.

Toda essa conversa sobre leitura e atribuição de sentido derivou de um comentário inicial a respeito do texto bíblico. Nossa formação religiosa nos ensinara a enxergar a Bíblia como um livro especial, tanto em sua concepção quanto em sua preservação ao longo das eras. Por muito tempo cremos na existência de uma verdade exarada em suas páginas. Assim sendo, suas palavras e textos encerravam, em si mesmas, verdades preservadas milagrosamente e que, se entendidas "corretamente", poderiam explicar o enigma da vida, elucidar os mistérios do passado e desvelar os segredos do futuro. Em contraposição a essa crença, a realidade nos apresentava um panorama diferente, de contradição dentro da própria comunidade crente, de falta de consenso quanto à interpretação "verdadeira" e "indiscutível" do texto bíblico. Há centenas de denominações religiosas cristãs, todas supostamente fundamentadas na Bíblica, cada uma com suas peculiaridades que as põem em rota de colisão com as demais. O cenário, como um todo, é caótico, isto é, há tantas diferenças interpretativas, que inviabilizam a união dessas igrejas em torno de um corpo doutrinário comum, apoiado no texto bíblico, que é único.

A conclusão a que chego é que ou o "verdadeiro sentido" não é atributo inerente ao texto (ou "apenas" ao texto), ou de fato "ler é atribuir sentido". Nesse caso, cada pessoa letrada (excluem-se aqui os analfabetos funcionais) interpreta o texto bíblico em conformidade com sua essência, na qual se incluem vários fatores: lingüísticos, cognitivos, históricos, socioculturais, interacionais, entre outros [1]. Para confirmar essa suspeita, vou recorrer à exemplificação. Temo, contudo, que este exemplo não seja plenamente compreendido por aqueles que não têm intimidade com o texto bíblico e com as tradições cristãs. Se for esse o seu caso, peço-lhe desculpas, antecipadamente. Tentarei ser didático, estruturando o exemplo em duas partes: (1) citarei um texto bíblico contendo palavras atribuídas a Jesus e (2) apresentarei uma leitura, isto é, uma atribuição de sentido amplamente aceita num passado recente, e atualmente descartada.

Parte 1 – Palavras de Jesus:

"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas [isto é, guerras, terremotos etc.], sabei que está próximo, às portas [isto é, Jesus em breve voltará à terra]. Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar" (Mt 24.32-35).

Parte 2 – Busca do sentido do texto.

Qual é o "verdadeiro" sentido dessa parábola? ("parábola" é uma narrativa alegórica que transmite uma mensagem indireta). Como entendê-la e interpretá-la?

Hall Lindsey, famoso evangelista e escritor cristão, expôs sua interpretação desse texto num livro que se tornou campeão de vendas nas décadas de 70 e 80: "A Agonia do Grande Planeta Terra". Tive a oportunidade de ler essa obra em algum momento da década de 1980. Resumidamente ele concluiu o seguinte:

1. Parábola da Figueira – A palavra "figueira" é usada diversas vezes na Bíblia como uma imagem da nação de Israel. Hall Lindsey assumiu que, nessa parábola, a figueira é, de fato, Israel.

2. Quando os ramos da figueira se renovarem e as folhas brotarem... – Israel (a figueira), após um período de inverno, isto é, de inexistência política reconhecida, voltaria à vida, voltaria a florescer como nação. Isso, segundo ele, aconteceu em 1948 quando o estado de Israel foi criado e legitimado pela ONU.

3. Não passará essa geração sem que tudo se cumpra, isto é, sem que Jesus volte – Ele se perguntou: quanto dura uma geração em termos bíblicos? Aproximadamente quarenta anos, foi a resposta assumida. O resto é aritmética básica: 1948 + 40 = 1988. Portanto, o fim desta civilização e o regresso de Jesus à terra deveriam ocorrer em algum momento até 1988, quarenta anos após a reemergência de Israel como nação.

4. Passarão os céus e a terra, mas não as minhas [de Jesus] palavras – Eis aqui a garantia de que isso, de fato, aconteceria.

Considerações finais...

Estamos em 2008, vinte anos após a data limite sugerida por Hall Lindsey, e Jesus ainda não voltou. Cabe aqui refazer a pergunta: qual é o sentido dessa parábola contada pelo Mestre?

Ao longo da História, certamente houve várias interpretações diferentes - e divergentes - desse texto. Cada leitor, movido por convicções sinceras e sentimentos verdadeiros, atribuiu a ele um determinado sentido. Apesar disso, ouso afirmar que esse texto permanece virgem, instigante e disponível a quem o queira ler. Cada novo leitor o verá com novos olhos e, nessa interação, um novo sentido poderá aflorar... Parece magia. Recriação. Renovação. Mas é apenas leitura, afinal, "ler é atribuir sentido".

Referências:
[1] Alfabetização e Construção de um Sentido na Produção Textutal -
www.cereja.org.br/arquivos_upload/Cleusa%20Maria%20AMatos_out2005.pdf
quarta-feira, março 12, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O uso de aparelhos GPS vem se popularizando nos últimos anos. Além dos modelos tradicionais, algumas "adaptações" já estão disponíveis para nichos específicos de mercado. É o caso dos aparelhos Forerunner para os praticantes de corrida de rua e os de navegação para motoristas que circulam pelas ruas de São Paulo e outras cidades. Recentemente, novos aparelhos celulares passaram a oferecer o serviço de GPS aos consumidores mais abastados, dispostos a adquirir algum modelo "top" de linha.

Uma alternativa gratuita (pelo menos até 01/01/2010) pode ser experimentada por muitos que possuem aparelhos celulares mais simples. Trata-se do Nav4All. Após devidamente instalado, o usuário de celular passa a dispor do serviço de navegação. Clique aqui e veja uma demonstração de uso na qual o usuário escolhe um destino e passa a ser orientado por setas de direcionamento e uma voz que lhe diz por onde seguir. No final da navegação, o programa exibe um resumo do trajeto com o tempo, distância percorrida e velocidade média.

Ainda não experimentei esse novo serviço, o que pretendo fazer em breve. Futuramente, postarei aqui minha opinião.

Para mais informações acessem os links abaixo:

1. Leia o que disse quem já usou: http://www.rodrigostoledo.com/?p=832
2. Filme: demonstração de uso: http://www.nav4all.com/site2/www.nav4all.com/porbr/films.php
Referências:
terça-feira, março 04, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Acreditamos em tantas coisas! Em deuses e demônios, duendes e fadas, homens santos e políticos pecadores... Talvez devêssemos acreditar um pouco mais em nós mesmos!

Por que será que sentimos tanta necessidade de acreditar em algo ou em alguém?

Com a palavra o professor Renato Sabbatini, neurofisiologista e professor na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, em entrevista ao "Programa do Jô". São 24 minutos de conversa descontraída sobre a mente humana e sua disposição para a crença.

Segue o vídeo.


Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=ABCovvWwSe0

domingo, março 02, 2008 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O dia amanheceu com ares outonais: céu de brigadeiro, sol faceiro e brisa mansa. Esse belo domingo parecia me convidar a pôr um tênis e sair correndo por aí, sem rumo e sem pressa, investindo o tempo em fazer aquilo que me apraz. Não resisti. Aceitei o convite, alonguei a fáscia do pé esquerdo, coloquei uma roupa leve, acionei o freqüencímetro e o sensor de velocidade e fiz de mim um corredor.

Correr desperta em mim uma enorme sensação de liberdade. Durante a semana quase não tenho tempo para mim mesmo. Vivo sob a escravidão do relógio e o imperialismo dos compromissos. Os dias voam e, quando me dou conta, a semana já se foi. Mas nos fins de semana, como num passe de mágica, posso me dar o prazer de abandonar o carro, o metrô, o trem e seguir por aí usando as próprias pernas como veículo de transporte. Posso correr pela contra-mão, subir na calçada, acelerar à vontade sem medo de ser multado, escolher qualquer percurso sem temer congestionamento – e o melhor: sem hora marcada, sem destino certo, sem celular, sem o peso da obrigação. Que maravilha! Quanta vida em apenas uma hora de corrida!

Ando sofrendo de dores na fáscia, uma lâmina de tecido fibroso que se estende ao longo do pé, fixando-se no calcanhar. Já passei por isso antes, em 2002, e precisei de um bom tempo de recuperação usando calcanheira. Naquela ocasião não fui impedido de correr e espero que, agora, não precise parar. Comecei a correr em companhia dessa dor que, definitivamente, não combinava com a exuberância do dia. Se a dor era intensa, maior que ela era o prazer proporcionado pela corrida. Não consegui parar. Começava assim uma queda-de-braço entre o prazer e a dor, até que a dor se cansou e o prazer venceu. Despedi-me dela e prosseguir sozinho, ou melhor, em companhia do sol que reinava absoluto em um céu de azul profundo e quase despido de nuvens.

Mais adiante, passei pelo primeiro termômetro de rua que, por volta das 11h, marcava 27º C. O dia que amanhecera com cara de outono agora assumia os contornos do verão. Apesar disso, os quilômetros foram sendo vencidos com certa tranqüilidade até me deparar com a primeira grande subida. As pernas, antes dispostas, esboçavam agora os primeiros sinais de cansaço e o sol já não se mostrava tão amigo e companheiro como antes. Vi um senhor descansando sob a sombra de uma árvore frondosa e senti o enorme desejo de lhe fazer companhia. Resisti à tentação e prossegui.

Para meu espanto e desespero, lá pelo quilômetro 8, fui surpreendido pela dor que ficara de tocaia aguardando o meu retorno. À essa altura, a disputa entre "dor e prazer" pendia perigosamente em favor da dor. Percebi o quanto me falta para recuperar o condicionamento perdido. Terei que ser persistente! Reduzi ainda mais o ritmo e prossegui "aos trancos e barrancos" até chegar em casa, completando 10 km de corrida em aproximadamente 55 minutos.

Consegui. Cansado, suado, feliz!

Durante a semana prosseguirei em meus poucos e curtos treinos em esteira. É o que dá pra fazer quando não se tem tempo. Tudo bem. Não vou reclamar. Como diz a sabedoria popular, "melhor pingar que secar".


Referências:



Related Posts with Thumbnails