quinta-feira, dezembro 31, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Quase 21:00h. Para alguns, já é ano novo. Para a maioria dos brasileiros, ainda não. Faltam poucas horas. A contagem regressiva prossegue.

Participei da São Silvestre. Muita gente e largada tumultuada. Fora isso, a festa de sempre. As dores na panturrilha, que voltaram a me atormentar há uns quinze dias, forçaram-me a interromper a corrida em alguns momentos, comprometendo o resultado. Conclui na casa de 1:28:00h. Valeu assim mesmo.

Feliz ano novo para todos!
quinta-feira, dezembro 31, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O ano está por um fio... Mais um instante e 2009 será história! E antes que ele se vá, quero deixar registradas aqui minhas impressões sobre esses últimos instantes, que, presto, se evaporam.

2009 passou tão depressa que não há muito o que falar sobre ele. Em linhas gerais, não foi muito diferente de anos anteriores. Fiz o que sempre fiz. Segui o script, o roteiro, a rotina.

Ao longo deste ano, senti-me incomodado com a sensação de que o tempo estava avançando depressa demais. E o que antes era apenas um incômodo, agora me parece plena certeza: 2009 voou! Passou tão depressa que quase não o vi: dias curtos, noites breves, semanas efêmeras, meses fugazes... O ano começou ontem e despertei hoje cedo às vésperas do ano novo! Não consigo entender e reluto em aceitar. Dá é vontade de gritar a plenos pulmões: "Freiem o tempo! Desliguem o relógio! Parem o Mundo que eu quero viver!"

Logo mais, à tarde, irei participar da São Silvestre. Dar-me-ei este último presente. Será um momento de vida intensa e suor em profusão. Quem quiser me ver, ligue a TV por volta das 17:00h e procure por alguém de tênis, short e camiseta. Sou eu!!! E quanto terminar, se não me faltar disposição, escreverei um resumo da prova e postarei aqui...

O bom é que chego ao final do ano em paz, com saúde e cheio de esperança quanto ao ano novo que se avizinha. Isso mesmo, estou esperançoso - muito esperançoso. Mas não me perguntem por quê...
domingo, dezembro 13, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Novembro se foi e dezembro já se aproxima da metade. O ano corre ladeira à baixo rumo ao desfecho final em ritmo surpreendente. Enquanto isso, continuo capengando, quase sem conseguir correr. Em novembro foram apenas 89 Km.

Não sei o que se passa comigo. Primeiro me faltava tempo; agora, acima de tudo, falta-me vontade, disposição para calçar o tênis e por as pernas em movimento. E quando supero e desânimo e me ponho a correr, não tenho ido além de seis ou sete quilômetros...

Dezembro já está na metade e, até aqui, míseros 23 Km de treino, já somados os 10 Km de hoje, sob chuva intensa e constante.

Mas o ano ainda não acabou, nem a esperança de voltar a correr maiores distâncias, com mais regularidade e maior disposição!
sábado, novembro 21, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Hoje este blog está completando dois anos de existência. Parece poucos, mas pode ser considerado um bom tempo de vida aqui, na blogosfera, onde mudanças, construções e desconstruções ocorrem o tempo todo.

Nesses 730 dias, não escrevi muito, mas consegui manter a razoável média de um artigo por semana. E, para a minha surpresa, venho recebendo em torno de cinqüenta visitas por dia! Dá para acreditar? Não sei se devo confiar nesse número... Será que nele já estão incluídas as quarenta e nove visitas que faço diariamente ao meu blog? (rs)

Para marcar esta data, resolvi "folhear" as páginas deste blog com o objetivo de resgatar dez artigos (e frases) que fazem parte da história dele. Segue a lista:

  1. O homem no Universo: "Nosso pequeno planeta não parece merecedor da importância que atribuíamos a ele e nós, pobres mortais, somos como se não fôssemos..." (30/11/2007)

  2. Reflexão sobre Cidadania: "Mas, afinal, o que 'cidadania' significa hoje? Aos meus ouvidos parece soar, acima de tudo, como 'direito a não exclusão'..." (02/12/2007)

  3. Meu Deus! 2007 Acabou! "... Esperança: certeza sempre incerta de que o amanhã nos dará o que o hoje nos negou..." (29/12/2009)

  4. Desejos... "O desejo sempre nos fala de uma ausência..." (26/02/2008)

  5. Páscoa... "...para muitos, [Jesus] é o Deus que se fez homem para dar sentido à vida dos homens e, para outros, o homem a quem fizemos Deus, para, de igual modo, dar sentido à nossa própria existência" (22/03/2008)

  6. Canção Mínima: Essa poesia de Cecília Meireles é demais! "No mistério do sem-fim equilibra-se um planeta..." (28/03/2008)

  7. Confissões confusas... : "Quando enuncio a palavra "amor", por exemplo, espero despertar em você o mesmo sentimento de afeição, ternura e profunda ligação para com o objeto amado que sinto em mim ao ouvi-la" (27/06/2008)

  8. Interpretação de textos antigos: "...a construção de sentido está diretamente relacionada ao agente, isto é, àquele que lê e interpreta. Na minha opinião, essa diversidade interpretativa deve ser encarada como algo normal, natural, comum e previsível" (18/03/2009)

  9. Hoje o tempo voa...: Mais um pouco de Cecília Meireles! "Em que espelho ficou perdida a minha face?" (15/04/2009)

  10. Parabéns para Mim! "... tenho muitos motivos para comemorar!" (16/07/2009)

É isso aí! Que venham mais textos!
quarta-feira, novembro 11, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Há tempos que nós, humanos, deixamos de ouvir a voz do corpo. Quando a noite cai, acendemos milhões de lâmpadas que nos dão a ilusão de que o dia prossegue. Dormimos cada vez menos; bocejamos cada vez mais.

Mas ontem foi diferente. Sabe-se lá por que, boa parte do país se viu às escuras em plena noite. Pois é, quem imaginaria que escuridão à noite pudesse vir a ser novidade!?

Antigamente, a noite era escura e ninguém estranhava, mas os tempos mudaram. O homem resolveu dar uma de deus e disse: "haja luz" e a luz passou a brilhar nos centros urbanos. Metrópoles, tais quais São Paulo, passaram a "funcionar" ininterruptamente. Hoje, somos totalmente dependentes dessa luz artificial. Não somente dela, mas, acima de tudo, do que ela representa: energia! Energia que move o mundo moderno e o faz "funcionar".

Ontem me dei conta de que, sem energia, eu também não funciono. Sem ela não sou ninguém, não sou nada... Devo me suicidar?

Fiquei perdido, confuso, sem saber o que fazer, sem ter o que fazer! Sem televisão, sem geladeira, sem computador, sem internet, sem rumo, "sem eira nem beira", sem celular para ligar para a farmácia e pedir um Prozac...

Deus do céu, o que está acontecendo? Fim do mundo? Juízo final? Invasão marciana? Terrorismo? Comecei a "pirar". Prozac não, preciso de luz, de energia ou de Gardenal...

O tempo pisou no freio. Minutos pareciam horas e, depois de uns dois ou três, já estava pra lá de entediado... Melhor ir dormir, antes que me sobrevenha uma crise existencial! (rs)

Foi o que fiz. Deitei, fechei os olhos e ignorei a escuridão!
segunda-feira, novembro 02, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Mais um mês chega ao fim. Pela primeira vez no ano, consegui romper a barreira dos 100 Km mensais. Ainda estou rodando pouco, mas melhorei em relação ao volume de treino dos últimos meses.

Outra novidade é que, finalmente, voltei a participar de um evento. Corri os 10 Km SESC – Bertioga ontem, 1º de Novembro. A corrida teve largada às 9:30 da manhã sob sol fortíssimo. Não foi fácil! Meu desempenho foi pífio e pensei em desistir algumas vezes. Por fim, reduzi o ritmo (que já era lento) e consegui completar o percurso em 0:53:59h, meu pior tempo em uma prova de 10 Km.
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domingo, outubro 25, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Tive a oportunidade de ler, no início do ano, o livro "Previsivelmente Irracional" de Dan Ariely, sobre o qual registrei minhas impressões aqui neste blog. Resolvi voltar a ele outra vez para abordar o problema da corrupção no Brasil.

É importante frisar que corrupção existe em toda parte, e não apenas em nossa pátria amada. Há até mesmo um ranking mundial no qual figuram 180 países. Em 2008, nossa terra querida apareceu em 80º lugar, com nota 3,5 (numa escada que vai de zero a dez, na qual, quanto menor a nota, maior a corrupção).

No Brasil, a corrupção praticada pelos que detêm o poder como políticos, empresários, policiais e juízes, tende a receber maior divulgação. Com efeito, essa divulgação é importante, bem-vinda e precisa continuar ocorrendo, mas contentar-se com ela é deixar do lado de fora do debate um importante protagonista. Os diversos experimentos de Dan Ariely, abordados em seu fantástico livro, produziram evidências que apontam para outro vilão (quase) acima de qualquer suspeita: o cidadão comum!

Faz sentido essa suspeita? Eu, que faço parte dessa massa de gente comum, prefiro me ver como um bom cidadão, afinal, eu trabalho, pago impostos, respeito as regras do viver em sociedade, não costumo infringir as leis de trânsito, etc. Sinceramente, não me vejo como vilão!

O que os experimentos de Dan Ariely sugerem é que eu sou humano e, como tal, padeço da característica comum à espécie, de querer sempre me dar bem, de tirar alguma vantagem de situações em que avalio o risco como sendo baixo. A famosa lei de Gérson é a lei de todos nós. Observem o que eu disse há pouco: "não costumo infringir as leis de trânsito". Não costumo! É verdade! Mas, às vezes, piso forte no acelerador ao perceber que o semáforo ficou amarelo e vai fechar. Outras vezes, avanço mesmo com o sinal vermelho (é "lógico" que, no meu caso, sempre há uma justificativa plausível para esse "pequeno" e "raro" ato de rebeldia ou transgressão).

Em termos monetários, os experimentos de Dan Ariely sugerem que o maior rombo provocado pela corrupção pode estar sendo creditado indevidamente à política, empresários e outros que conseguem aplicar golpes ousados que rendem milhões. Não há dúvida de que esses aí causam um enorme estrago, mas a "operação formiguinha" pode ser a grande vilã. E é nessa operação formiguinha que eu e você nos enquadramos. Milhões de pequenos delitos produzem um estrago de proporções colossais!

Vejamos alguns exemplos: Qualquer um de nós conhece alguém que se aposentou irregularmente, que sonega imposto de renda, que não dá (e nem pede) nota fiscal, que compra ou comercializa produtos-pirata, etc. A soma desses e de outros tantos pequenos desvios, que são praticados frequentemente por milhões de brasileiros, provavelmente supere todo o estrago que é feito lá em Brasília! Dá para acreditar nisso?

Quero deixar claro que não é meu intento, aqui, inocentar qualquer pessoa ou instituição que ganhou destaque na mídia por agir de forma ilícita. Tampouco pretendo lançar a responsabilidade (ou culpa) da "falta de verba" aos pequenos desvios de conduta dos cidadãos comuns. Quero apenas resgatar parte do que é abordado no livro Previsivelmente Irracional para fomentar uma reflexão sobre a natureza humana e a existência de uma certa "zona de conforto" dentro da qual nos permitimos cometer pequenos desvios de conduta, sem experimentar o peso da culpa.

Penso que seja daí, de dentro dessa zona de conforto, que muitas vezes nos pomos a analisar parcialmente alguns fatos e a afirmar com tranquilidade e sem dor na consciência que "corrupto é o outro".

Recomendo mais uma vez a leitura do livro.

OBS: O vídeo abaixo (16 minutos) é uma boa maneira de estabelecer um primeiro contato com Dan Ariely. Para exibir a legenda em português, clique em "view subtitles" e selecione a opção "Portuguese (Brazil)".

sábado, outubro 24, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Sei lá...

Às vezes me parece que sim; outras vezes tento crer que não.

Sei que Toquinho e Vinícius transformaram essa pergunta em poesia... e que poesia!

Poesia que vem se tornando popular ao ser cantada todas as noites por Chico e Miúcha na abertura de uma das novelas da Globo.

Título: Sei lá... a vida tem sempre razão
Autores: Toquinho / Vinicius de Moraes


Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.

Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.

clique aqui, caso queira conhecer toda a letra.
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sábado, outubro 24, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Acabei de adicionar em meu blog um componente (widget) muito interessante chamado LinkWithin.

Após instalado, esse componente estabelece ligações (links) entre a postagem atual e outros publicadas anteriormente, exibindo o título e a primeira imagem encontrada nas postagens antigas. Ainda não sei qual é o critério que ele usa para estabelecer essa ligação... Mesmo assim, resolvi experimentar! Dê uma olhada aí embaixo e veja o LinkWithin ação sob o título "Poderá gostar também de:".

Dizem por aí que essa é uma boa estratégia para aumentar a audiência do blog. Será?

A instalação é simples:

1. Acesse o site http://www.linkwithin.com. Será exibida uma página semelhante à figura que coloquei no topo desta postagem.

2. Preencha o formulário da seguinte maneira:

E-Mail: Informe seu endereço de e-mail.
Blog Link: Informe o endereço de seu blog.
Plataform: Selecione a plataforma em que seu blog está hospedado.
Width: Selecione o número de ligações a ser estabelecida (entre 3 e 5).
OBS: Marque a caixa "My blog has light text on a dark background" caso seu blog use letras claras sobre um fundo escuro.Nova postagem

3. Clique no botão "Get Widget", siga as instruções e boa sorte!
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quarta-feira, outubro 21, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Quando digo "meu Deus",
afirmo a propriedade.
Há mil deuses pessoais
em nichos da cidade.

Quando digo "meu Deus",
crio cumplicidade.
Mais fraco, sou mais forte
do que a desirmandade.

Quando digo "meu Deus",
grito minha orfandade.
O rei que me ofereço
rouba-me a liberdade.

Quando digo "meu Deus",
choro minha ansiedade.
Não sei que fazer dele
na microeternidade.

Autor: Carlos Drummond Andrade
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domingo, outubro 18, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O poeta Caetano Veloso inspirou-se na realidade da maior e mais rica cidade do Brasil para compor uma de suas inesquecíveis canções – Sampa – na qual faz menção à "força da grana que ergue e destrói coisas belas". A expressão "força da grana" aqui pode ser entendida como sinônimo de "poder"! Poder que cria o belo e concebe o feio; produz fartura e provoca escassez; constrói palácios e dá forma às favelas; favorece a vida e ocasiona a morte... São Paulo parece ser, de fato, assim. Uma cidade na qual a "força da grana" trouxe consigo o contraste, tornando-a, ao mesmo tempo, imponente e modesta, rica e pobre, luxo e lixo, apressada e vagarosa, acolhedora e inóspita, bonita e feia.

Mas não é meu objetivo aqui falar sobre a cidade de São Paulo, e sim pegar carona na frase de Caetano que sintetiza com precisão e beleza o que me parece acontecer em todo lugar em que há concentração humana, não importando o tamanho desse aglomerado de gente. Observem que o poder, ou a "força da grana", como prefere dizer o poeta, engendra uma realidade assimétrica, na qual o oposto se faz presente e necessário. O progresso traz consigo o retrocesso, e a prosperidade de uns impõe a decadência a outros.

A desigualdade social encontra equilíbrio na posse do poder. De um lado, poucos que podem muito; do outro, muitos que podem pouco. Nada a ver com a república de Aristóteles na qual a autoridade e o poder emanam do povo, em beneficio do qual deveriam ser exercidos. Nada disso. Quando ouço algo parecido, penso que seja pura retórica política ou utopia visionária. O poder sempre foi exercido por quem o detém em benefício próprio. Quanto mais poder se tem, mais poder se quer. Foi assim na antiga Suméria, no Egito dos Faraós, nas monarquias teocráticas de Davi e Salomão, na ditadura romana dos Césares, no feudalismo europeu, na Revolução Francesa, na Alemanha de Hittler e no Brasil do PT e do ex-operário e "homem do povo", Lula.

Não era sobre isso que queria escrever. Infelizmente padeço do mal da dispersão e acabo divagando e perdendo o foco. Fiz mau uso uso da poesia de Caetano... Paciência. Como estou decidido a atualizar o blog hoje, vai esse texto mesmo. Em outra ocasião tentarei desenvolver a idéia original.

E para salvar o texto, resolvi resgatar uma música que ouvia quando criança, de autoria de Dom e Ravel, que trata desse jogo de poder nas relações sociais. Poder esse que frequentemente faz de nós, seres conscientes e inteligentes, mais cruéis que os animais que costumamos rotular de irracionais. O nome da canção não poderia ser outro: "Animais Irracionais".

Às vezes eu olho pra terra sem compreender
A luta dos seres humanos pra sobreviver.
O grande açoitando o pequeno,

Terceiros mandando apartar,

Mas na maioria das vezes o grande não quer parar.

Tem vezes que o desesperado se põe a pensar (a pensar)
Por que deve aos pés de um dos grandes se ajoelha?

Eu passo por muitas igrejas pedindo respostas de Deus

Pra ele calado no espaço ouvir os lamentos meus.


(refrão)

Animais (animais) nós os homens somos todos meio
Animais irracionais
Levantamos, guerreamos e deitamos e rezamos antes
A vida é um sonho e nada mais. Oh! cantem atrás.

quinta-feira, outubro 01, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O tempo voou e setembro chegou ao fim. O inverno cedeu lugar à primavera e, na esteira das mudanças, passei a trabalhar mais perto (ou menos longe) de casa. Graças a essa mudança tornou-se viável o retorno sistemático às corridas.

Em setembro comecei a aumentar lentamente o volume e consegui correr 81 quilômetros. Pouco? Sim, mas bem acima na quilometragem média dos últimos meses. Semanalmente tenho feito um treino noturno no Ibirapuera, que começa entre 19:00h e 20:00h. Nesse horário o parque ainda está cheio de vida e não se corre sozinho. Estou gostando!

Hoje recebi um e-mail de divulgação da "6ª Corrida Santos Dumont". Já participei desse evento duas ou três vezes. Dei uma olhada no preço da inscrição e fiquei desanimado: R$ 50,00. Lembro-me que pagava algo em torno de R$ 25,00 ou R$ 30,00 anos atrás...
domingo, agosto 30, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Mais um mês correndo apenas nos finais de semana. A quilometragem continua baixa, não indo além dos 60 Km neste mês.

Fiz questão de usar a cor verde no gráfico acima para indicar que estou com esperanças de que o cenário mude nos próximos meses e eu volte a treinar também durante a semana. Vamos aguardar...
sexta-feira, agosto 21, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Hoje o parque do Ibirapuera está completando 55 anos de existência. Seu nome deriva do tupi "ypi-ra-ouêra" que quer dizer literalmente "o que já foi madeira", ou, como preferem alguns, "madeira apodrecida". A região, que já foi um pântano, é hoje um oásis de verde vivo circundado por concreto e asfalto.

Adoro o Ibirapuera! Sempre que posso apareço por lá para um trote. O lugar é bonito e acolhedor, sempre cheio de gente disposta, animada e alegre. E essa alegria as deixa mais belas!

Estive lá pela última vez no domingo passado (16/08/2009) e aproveitei para correr margeando internamente o parque, num percurso conhecido como a "volta da cerca". Dos lugares que conheço, esse é o que considero melhor para se correr aqui na cidade de São Paulo. A maior parte do percurso é de terra batida, sob árvores, às vezes margeando o lago. E você não corre só. Sempre há mais alguém por ali, o que torna o prazer de correr mais completo. No último domingo fiz um treino muito bom. Foram 10 Km em 0:49:07h.

Hoje, aniversário do parque, não me foi possível ir até lá... Mas, à distância, o parabenizo por ser o que é: uma ilha verde, maravilhosa e acolhedora, capaz de despertar em quem o visita a agradável sensação de não estar na maior metrópole da América do Sul.
quarta-feira, agosto 05, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Não dá para falar sobre minhas crenças sem recuar no tempo e regressar a minha infância. Então, vamos lá! Lembro-me muito bem do dia em que meu irmão me surpreendeu com a seguinte pergunta: "Quem é seu maior inimigo?". Hesitei um pouco antes de lhe responder que era o Diabo. "Não!", retrucou, ele, com firmeza e aparente convicção: "seu maior inimigo é o Ego". E eu, que até então desconhecia a existência dessa palavra, não tive outra alternativa senão lhe perguntar quem era esse tal de Ego. A resposta me pareceu sem nexo: "O Ego é você mesmo!". Fiquei pensativo, confuso e resolvi "consultar os universitários", isto é, o meu pai, que confirmou a história: Eu era, de fato, meu maior inimigo!

Nada daquilo fez sentido para mim. Como poderia eu mesmo ser meu maior inimigo? Não percebia em mim essa auto-hostilidade toda, nem me via como uma ameaça dissimulada a mim mesmo. Contudo, vindo de meu irmão e tendo o aval de meu pai, não havia por que discordar e, resignado, acolhi essa nova crença como verdadeira, passando a divulgá-la entre meus amigos.

Esse episódio serve para ilustrar o que me aconteceu reiteradas vezes no passado e que, talvez, possa ter-lhe ocorrido também. Ao longo da vida, dei guarida a muitas crenças cuja única âncora era o testemunho de pessoas em quem eu depositava confiança cega. A lógica por trás dessa minha atitude é de fácil compreensão: se tais pessoas eram de minha confiança, logo tudo que me diziam era confiável, fidedigno, verdadeiro, inquestionável. A vida, no entanto, se encarregou de me abrir os olhos para o fato de que as boas intenções e o cuidado sincero daqueles que nos amam não são salvaguarda inabalável contra o engano.

Por isso hoje, ao tentar falar sobre minhas crenças, faço questão de começar enfatizando algo que você certamente já sabe: eu sou humano e fui educado por humanos. Saliento isso porque nós, humanos, às vezes nos esquecemos que "os outros" também o são. A imperfeição faz parte de nossa natureza e, por conta disso, incorremos em erros freqüentemente. Eu, por exemplo, não posso negar que já falhei diversas vezes na vida e até perdi a conta das muitas escolhas equivocadas que fiz. E não me refiro aqui apenas a erros intencionais, aos quais sempre busquei evitar, mas principalmente àqueles deslizes sutis que cometemos ao tentar acertar!

Com relação as minhas crenças, sempre almejei aquelas que pudessem estampar o selo da verdade. Mais que isso, eu sempre acreditei ter acertado na escolha delas. Mas sou humano e cognitivamente imperfeito. Portanto, posso sim ter me equivocado e albergado crenças falsas.

É por essa razão que me faço a seguinte pergunta: Será que me enganei em crer no que sempre cri? Logo eu, que sempre acreditei que os outros é que estavam enganados?

Admitir essa possibilidade não me foi tarefa fácil ou agradável. Causou-me certo desconforto por ir de encontro à minha natureza. Como todo ser humano, gosto de estar certo sempre, de pisar em solo firme, de me sentir seguro em minhas convicções. Ser-me-ia mais cômodo assumir a autenticidade de minhas crenças e insistir na defesa deles, mesmo que, para isso, fosse necessário fechar os olhos às evidências, distorcer fatos e fazer alguns ajustes na realidade.

Confesso-lhe que por um breve tempo tentei agir assim. Tentei acomodar a realidade aos moldes de minhas crenças. Esforcei-me para "empurrar" o mundo numa determinada direção. Mas falhei... Aprendi uma lição: empurrões honestos e sinceros também provocam acidentes!

Outra lição que aprendi à duras penas é que minhas crenças nunca tiveram o poder de legislar sobre a realidade. Isso mesmo. Minhas crenças, por mais que me parecessem verdadeiras, por mais que me trouxessem conforto e segurança, por mais que me fizessem sentir-me especial, eram apenas crenças, isto é, um palpite vago, uma aposta incerta, um desejo hesitante, uma esperança frágil e trêmula de revestir de sentido essa realidade fria e rude que nos cerca, envolve, fascina, assusta e surpreende.

Que devo, então, fazer com minhas crenças? Desfazer-me de todas elas?

Penso que não. Devo, isto sim, revisá-las com cuidado, atenção, interesse e o máximo de isenção possível, consciente de que nem todas são falsas e nem todas verdadeiras.

Outrossim, devo proceder com humildade e me dispor a abrir mão daquelas crenças que se mostrarem falsas: crenças alienantes, crenças que me distanciam da realidade, que me afastam dos seres humanos, que me induzem a ver a mim mesmo como um ente especial e me instigam a virar as costas para o mundo por julgá-lo vil e mal.

Este mundo, com seus encantos e dores, é nossa casa e devemos nos unir na árdua tarefa de transformá-lo em um lar melhor para todos nós. Eis aí uma bela crença a ser cultivada e incentivada – a crença de que podemos dar as mãos e, juntos, construir aqui mesmo um mundo melhor para todos!
sábado, agosto 01, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Ponto final em mais um mês do ano. Continuo treinando pouco e apenas nos fins de semanas. Em julho foram apenas 62 quilômetros e em agosto não deverá ser diferente, a menos que aconteça algum milagre.

O problema é que milagre é algo raro, tão raro que não convém contar com ele. E ao revirar as páginas do passado e despertar antigas lembranças adormecidas, percebo não me recordar de já ter presenciado algum deles. Os que conheço (se é que posso usar a palavra "conhecer" aqui) chegaram a mim por meio de narrativas que me remetem a tempos distantes e a lugares remotos.

Fato é que, hoje, não se vê o mar se abrir, ou alimento cair do céu, ou ainda o tempo parar de fluir para que possamos concluir as tarefas do dia. Nada disso. Milagres fantásticos como esses se restringem às páginas da Bíblia e a algumas produções cinematográficas hollywoodianas.

Eu bem que gostaria que um milagre acontecesse - que o tempo parasse de fluir - para que eu pudesse voltar a correr!
quinta-feira, julho 16, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Ninguém se deita jovem numa noite e acorda velho na manhã seguinte. Envelhecemos aos poucos. Mudanças sutis, pequenas, minúsculas, quase insignificantes e nem sempre perceptíveis vão se acumulando ao longo do tempo e transformando a criança em adulto e o novo em velho. A aritmética é simples: cada dia que passa nos deixa um dia mais velho.

Nem sempre nos damos conta do valor de um dia. Mas há um dia diferente, em que levamos um susto, pois constatamos que, de um em um, os dias se acumularam e se transformaram em ano. Hoje é esse dia para mim, o dia do susto. Completei mais um ano de vida! Estou um ano mais velho!

Susto à parte e pensando melhor, não me parece apropriado empregar a palavra "velho" a minha pessoa. Permitam-se substituí-la por "maduro". Hoje estou ficando um ano mais maduro e tenho muitos motivos para comemorar. Então vamos lá: Parabéns para mim!

Devo admitir que, na maior parte do tempo, viver tem sido bom. Aos poucos venho aprendendo a dominar a sublime arte de construir momentos felizes e de dar maior sentido ao meu existir. Hoje consigo lidar melhor com meus fracassos, bem como desfrutar com mais intensidade de minhas conquistas. Portanto, parabéns para mim!

Tenho um lugar para o qual posso retornar ao final de cada dia de trabalho. Um lugar a que chamo de "lar". Um espaço pequeno e simples, porém aconchegante e acolhedor, seguro e protetor. Gosto de nele me abrigar, de me largar, de me sentir "em casa" em minha casa. E por ter esse espaço, parabéns para mim!

Mais que ter um lar, tenho também Alguém para quem voltar. Isso faz toda a diferença... Milhões e milhões de pessoas em São Paulo! Quanta gente! ... Quem sou eu nessa multidão? Um dado estatístico? Um mero figurante? Talvez... Mas, nessa selva de pedra, construímos juntos um ninho. Temos um lar. Tenho Alguém para quem voltar e com quem seguir adiante pelos caminhos incertos da vida. Alguém que aposta em mim, sempre: na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na abundância e na escassez. Alguém para quem não sou figurante e sim o ator principal. Alguém que consegue fazer de mim um homem rico, a despeito das muitas contas que tenho a pagar. E por ter Alguém e ser de Alguém, parabéns para mim!

Meus pais ainda estão vivos. Idosos, é verdade... Acabei de visitá-los... Eles estão bem. Às vezes doentes e cansados, outras vezes bem dispostos e animados. Fizeram por mim o melhor que puderam e hoje estou aqui, tocando a vida em frente e preservando certos valores que eles souberam me transmitir. E por isso posso dizer em alto e bom tom: parabéns para mim!

Tenho irmãos e tenho amigos! Não são muitos, mas valem por muitos! Não nos vemos sempre. Contudo, mesmo na distância e na ausência, ainda estamos ligados. Preciso encontrar tempo para investir nessas amizades! Eis aí um desafio e uma meta! Parabéns para mim!

E tenho saúde - posso andar e adoro correr! Estou sem tempo para treinar, mas mesmo assim, conseguiria correr tranqüilamente dez quilômetros agora mesmo. Nos últimos dias, andei pegando uma gripe... Mesmo assim, não posso negar que tenho saúde. Estou me alimentando melhor e, nos últimos anos, até ganhei uns "quilinhos"! Portanto, parabéns para mim!

Tenho muitas perguntas sem respostas... Devo ser grato por isso também? É claro que sim. Aprendi que não são as respostas que movem o mundo e sim as perguntas. O mundo e a vida são mistérios que me fascinam. Como não perguntar? Então, por essa curiosidade sem limites, parabéns para mim!

E eu poderia ir aqui acrescentando outros tantos motivos para comemorar esse aniversário com o coração agradecido, mas vou parar por aqui, pois não quero despertar a inveja alheia (rs). Brincadeiras à parte, é hora de comemorar! Estou em casa e hoje é meu dia! Então, parabéns para mim!
sábado, julho 11, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Na última quinta-feira, feriado em São Paulo, assisti a um documentário na TV sobre as belezas e encantos naturais do Parque do Iguaçu. Água em abundância, cachoeiras exuberantes, floresta majestosa, fauna riquíssima e turistas boquiabertos. E não é pra menos. O cenário é grandioso, imponente, paradisíaco, de tirar o fôlego e despertar em qualquer um suspiros de admiração.

Já na parte final do documentário, minha atenção foi direcionada para um casal de guaxes (ver imagem acima) em sua labuta diária para prover o sustento da prole. Lembrei-me de uma antiga lição aprendida na infância: "Deus cuida dos passarinhos e, de igual modo, cuidará também de nós". Observei que um dos pais esforçava-se para colocar uma lagarta, ainda viva, no bico do filhote, o que acabou conseguindo na terceira tentativa. Pensei: "Se Deus cuida dos passarinhos, quem cuidará das lagartas?"...

Sempre gostei de pássaros, com os quais convivi por toda a infância. Ainda hoje, meu apreço por eles continua grande. Não posso dizer o mesmo das lagartas. De uma forma geral, sinto aversão a insetos, mas naquele momento, enquanto assistia ao documentário, surpreendi-me tomando as dores da lagarta, mesmo reconhecendo como legítima a atitude instintiva do pai-guaxe de prover alimento para seu filhote.

Quem cuidará das lagartas? Quem cuidará das lagartas?

Essa pergunta ainda ecoava em minha mente quando entrou em cena um novo protagonista: um enorme tucano. Tucanos são aves que se alimentam principalmente de frutas. No entanto, para complementar sua dieta, eles se servem também de insetos, lagartos, ovos e - para meu espanto! - de filhotes de guaxes...

E eu, que pouco antes me compadecia da lagarta que foi servida como alimento ao filhote de guaxe, agora me condoía com o próprio filhote, transformado repentinamente em iguaria pelo tucano...

E o Parque do Iguaçu, até então retratado como majestoso e belo no documentário, perdeu, aos meus olhos, grande parte de seu encanto. E o ruído imponente e forte das cataratas já não era capaz de alcançar meus ouvidos, abafado que foi pelo gemido frágil do indefeso filhote de guaxe.

O documentário chegou ao fim, mas minha cabeça prosseguiu pensando. Aprendi que Deus cuida das aves... Mas será que Ele tem preferência pelas maiores e mais fortes? Se for esse o caso, então bem-aventurados sejam os tucanos.

Mas, e as lagartas, quem cuidará delas?...
terça-feira, junho 30, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Sempre me lembro do Drummond em minhas andanças por Sampa. Viajo todos os dias. Moro longe e trabalho distante. Vivo na estrada, entre os carros, ora indo, ora vindo, horas parado! Quantos acidentes...

À noite, de volta pra casa, passo pela Castelo, percorro o Rodoanel, prossigo pela sinuosa Raposo e esbarro no congestionamento da Marginal. Haja paciência...

Ouço os motores nervosos dos carros parados e as buzinas irritantes das motos apressadas que avançam na marra, coleando aqui, esbarrando ali, caindo mais adiante. E o tráfego que já era caótico fica indescritível. O tempo passa... Motoqueiros passam... Tartarugas passam... E o trânsito não flui. Deus do céu, o que está acontecendo?

E os céus me ouvem. A resposta tarda (e como tarda), mas não falha. Ali está a causa. Ali, no meio da pista, no meio do caminho, comprometendo a fluidez: uma pedra, digo, um motoqueiro, caído, bem no meio do caminho, ou melhor, da Marginal, rodeado por outros tantos motoqueiros agitados. E não resisto à tentação de parafrasear Drummond:

No meio do caminho tinha um motoqueiro
tinha um motoqueiro no meio do caminho
tinha um motoqueiro
no meio do caminho tinha um motoqueiro.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha um motoqueiro
tinha um motoqueiro no meio do caminho
no meio do caminho tinha um motoqueiro.
sábado, junho 27, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Aqui estou eu, com mais uma gripe!

Dor de cabeça, congestão nasal, coriza, desconforto físico, espirros freqüentes e alguns calafrios. Ela apareceu timidamente na última quarta e, aos poucos foi ficando à vontade. Agora encontra-se instalada confortavelmente em meu organismo, para meu desconforto.

Esta não é das mais fortes. Também não é das mais fracas. Sem dúvida, um incômodo. Respirar deixou de ser atividade natural, passando a exigir esforço.

Remédios? Evito-os ao máximo, mas não teve jeito. Já mandei pra dentro chazinho vick e analgésico, combinados com uma boa dose de paciência.
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quarta-feira, junho 24, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O gráfico acima demonstra que continuo com baixa quilometragem mensal. Vontade de treinar não me falta, mas o tempo tem sido escasso. De janeiro até aqui, ao todo, foram quase 450 quilômetros de treino. Para alguns, pode até parecer ser muito, mas não é. Na média, corresponde a modestos 16,9 quilômetros de treino por semana.

Hoje, aproveitei o feriado de S. João em Barueri e treinei ao meio dia. Corri no bairro. O tempo estava fechado e fazia um pouco de frio. Foram 10 quilômetros em 0:52:18h.

Até agora, não participei de nenhum evento. Pensei em correr a Maratona de São Paulo, mas não consegui me preparar. Passei a visar a Maratona das Praias, em setembro, mas não sei se até lá atingirei o condicionamento mínimo necessário. Talvez eu compareça apenas para correr a meia maratona.

Vamos aguardar...
sexta-feira, junho 19, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Em tempos de crise, toda economia é bem-vinda. Se você quer reduzir seus custos com telefonia, vai aqui uma sugestão: use o Justvoip.

O Justvoip disponibiliza um serviço de voz sobre IP (semelhante ao Skype, UOL Voip, etc.) com um diferencial: você consegue realmente fazer ligações gratuitas para dentro e/ou fora do Brasil.

Para usá-lo siga as instruções abaixo:

1. Você faz um crédito equivalente a 10 euros.
2. Nos próximos 120 dias, os primeiros 42 minutos de ligação para telefones fixos (no Brasil ou no exterior) serão gratuitos. Os minutos adicionais passarão a ser descontados de seu crédito. Desta forma, é possível fazer ligações gratuitas por três meses (120 dias) desde que não ultrapasse o limite de 42 minutos.

Aqui em casa estamos usando e gostando. Recomendo que acessem o site http://www.justvoip.com.br e naveguem pelos links para obterem mais informações. Há vídeos e manuais à disposição.

Aproveitem!
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sexta-feira, maio 29, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
No princípio era assim: acima de tudo e de todos estava Deus. Com Sua barba longa, cabelos brancos, corpo roliço e barriga avantajada, lembrava-me o bom e velho Papai Noel. Passava a maior parte do tempo acomodado em Seu enorme trono, em divino e santo ócio. Às vezes bocejava. Eu imaginava que, quando lúcido, Suas atitudes se assemelhassem às de meu avô, um velhinho bonachão e divertido que gostava de contar histórias exageradas. E pouco abaixo dEle estavam seus dois filhos, Jesus e Cristo, aos quais Ele delegara a missão de cuidar do Universo.

O primeiro dos filhos, Jesus, sempre trajava vestes brancas e resplandecentes. Seu aspecto era elegante e nobre e trazia no rosto um sorriso cativante e gentil. Vivia cercado de anjos, num lugar idílico, ocupando-se com a nobre tarefa de edificar mansões e construir uma cidade de ouro para nós. Uma vez concluída essa empreitada, Ele retornaria à Terra com pompa e circunstância, acompanhado por legiões de anjos e ao som de trombetas e cantos. Seria um dia de festa! Em seguida nos conduziria ao nosso novo lar, ao paraíso celeste, onde viveríamos em gozo eterno. Eu adorava Jesus. Ele era um dos meus heróis, o maior de todos, o mais forte e bondoso. E eu, como qualquer criança educada nas tradições cristãs, queria estar com Ele, sentar em Seu colo, ouvir-Lhe a voz macia e sussurrar-Lhe aos ouvidos minhas preces inocentes.

O segundo filho, Cristo, era-me uma fonte de muitos tormentos. Sua presença era sempre evocada em situações constrangedoras, quando eu cometia algum deslize. Diziam-me: "Quando Cristo voltar você vai pagar!". Era o bastante para que o medo e a culpa me apertassem o peito e a tristeza inundasse meu coração. Como temia esse Cristo! Quão melhor seria minha vida se Ele não existisse! Ainda me lembro de Seu aspecto sombrio: vestes negras, semblante austero, olhar intimidador, postura ameaçadora, tendo na mão um livro de capa preta no qual anotava todas as minhas falhas e faltas.

O pior é que todo dia eu aprontava uma. Não que eu fosse uma criança insubordinada. De fato era mais bem comportado que a maioria de meus coleguinhas. Mesmo assim incorria em frequentes desvios de conduta: um atrito com outra criança, uma recomendação não seguida, um comportamento inadequado, uma insubordinação aos pais, um sei lá o quê... e lá vinha uma punição e/ou era pronunciada a maldita sentença: "Quando Cristo voltar você vai pagar!". Ah, como esse Cristo me aborrecia! Queria tanto que Jesus acabasse com Ele! Eu orava em segredo pedindo a Jesus que O exterminasse. Mas Jesus era bonzinho demais, até mesmo com Cristo, e o deixava viver e prosseguir me atormentando.

Vivia assim a curiosa experiência de amar a Jesus e odiar a Cristo. O primeiro era meu amigo, o segundo, inimigo temerário. Um era o mocinho, o outro, o bandido. Buscava o colo de um e fugia da presença do outro. Desejava ardentemente que Jesus voltasse, e tremia nas bases só em pensar na volta de Cristo. Quanta confusão em minha cabeça infantil! Confusão essa que só foi desfeita mais tarde, quando me fizeram crer que Jesus e Cristo eram a mesma pessoa. Que alívio! Eu estava enganado!

Mas essa era apenas uma parte da história. Tudo que eu atribuía ao "Cristo mau", muito mais se consubstanciava em um ser inferior e perigoso chamado Diabo ou Satanás. E foi assim, com uns quatro ou cinco anos de idade, que o Diabo apareceu pela primeira vez em minha vida e começou a me rondar.

Meu alívio durou pouco. Descobri que esse tal Diabo era uma ameaça bem maior, além de ser feio de doer: cabeça grande, orelhas pontudas, pé-de-bode, pele encarnada, corcunda, olhar sinistro, boca grande, dentes afiados, língua de cobra... bota feio nisso! Era só eu ficar sozinho ou em lugar mal iluminado que o Capeta se revelava. Que medo! Sentia um frio na barriga e saía em disparada em busca de proteção. Pra piorar, disseram-me que o Diabo não estava sozinho. Sob seu comando havia um monte de diabinhos que fariam de tudo pra me levar para o inferno. E o inferno, que era a cada do Diabo, era um lugar medonho, quente, abafado, com labaredas enormes pra todo lado. Um segundo lá e eu viraria torresmo. Mais um e viraria fumaça. Que horror! O jeito era ficar na luz, me pegar com Jesus e tratar de ser bonzinho pra escapar do Chifrudo.

Não entendia por que Jesus não voltava logo para acabar com o Diabo. Isso ninguém me explicava. Por que Ele estava demorando tanto? Eu estava disposto a abrir mão da mansão de ouro que Ele estava preparando para mim, contanto que Ele me livrasse logo da presença incômoda do Diabo. Mas Jesus não voltava e eu fui crescendo e aprendendo a lidar melhor com meus medos e minhas crenças.

Hoje, enquanto escrevo esse texto, essas lembranças me divertem. Mas naquela época, com tão pouca idade, tudo me parecia muito real e assustador. Minha angústia e sofrimento eram verdadeiros e profundamente dolorosos. Tinha medo da escuridão e dormia sempre com a luz acesa. Por um bom tempo, vivi num mundo assombrado por demônios. Por que será que adultos bem intencionados contam esse tipo de história para crianças?

Enfim, tudo isso é passado. Nada mais que lembranças. Hoje, a forma como vejo a Deus, a Jesus Cristo e ao Diabo mudou bastante. Outra boa notícia é que não temo mais ficar sozinho, nem tenho medo da escuridão. Mas, por precaução, prefiro não assistir a filmes de terror. Vá lá que o Demônio volte...
quarta-feira, maio 27, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
No próximo domingo, às 9:00h, será dada a largada para mais uma Maratona de São Paulo. Hoje, quarta-feira, é o último dia para inscrição. Eu já me decidi. Desta vez não participarei. Prevaleceu o bom senso, embora não me falte vontade de estar lá entre os muitos que tentarão percorrer os 42 quilômetros da prova.

Não foi fácil tomar a decisão de ficar de fora desse evento. Ou melhor, tomar a decisão até que foi fácil, difícil mesmo foi aceitá-la, tanto que, no último domingo, ainda movido pela esperança, saí para um último treino avaliativo, no intuito de me convencer a participar. Estabeleci a seguinte meta: caso conseguisse percorrer qualquer distância superior a 20 quilômetros eu participaria da maratona.

E assim, comecei a correr pouco antes do meio dia, sob o suave sol de outono. Estava motivado e os quilômetros iniciais foram vencidos com facilidade. Cinco quilômetros adiante, fiz uma rápida avaliação e constatei que estava "inteiro". Comecei a crer que superaria a marca de 20 quilômetros e, conseqüentemente, participaria da maratona. Não dizem por aí que "querer é poder"?

O tempo vai passando e o treino prossegue. Gosto de correr. Enquanto corro me desligo de tudo e de todos, afasto-me do mundo, distancio-me de mim... Pura emoção: endorfina fluindo por dentro, suor escorrendo por fora, euforia, entusiasmo, êxtase, prazer. Não quero parar. Quero correr. Querer e Poder!

Aos poucos, contudo, as circunstâncias vão mudando. Observo o relógio: 0:52:36h de corrida e dez quilômetros percorridos. Estou de volta ao corpo, corpo que há pouco parecia não existir. Sinto os primeiros sinais de exaustão. O coração acelerado, as articulações sensíveis, a respiração ofegante e a cabeça em dúvida: querer é poder? Não sei. Já não tenho certeza. Mesmo assim teimo em seguir correndo... e o correr já não me é tão aprazível.

Doze quilômetros e o corpo pede arrego. As pernas hesitam. Logo elas que me pareciam tão fortes, tão firmes, tão resolutas lá no começo! E cada novo passo me leva para longe da maratona... Desta vez, querer não é poder!

Correr é bom. Gosto de correr. Mas quando o cansaço bate não há muito o que se possa fazer. É preciso respeitar os limites do corpo. E foi isso que fiz após ter percorrido apenas quinze quilômetros.

Conclusão: a maratona de São Paulo, que ocorrerá no próximo domingo, para mim já é passado.
sábado, maio 23, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Há dias em que não sinto a menor vontade de sair da cama. Não que a cama esteja assim tão boa. É que o que me espera fora dela desanima. Até onde sei essa indisposição pode acontecer (e acontece) com qualquer um, menos com o Super-Homem, que não é deste mundo. E eu, que não sou kriptoniano, me peguei ontem em um desses dias de desencanto e mal-estar.

O motivo? Nada de grave. Nada que você ou qualquer um que já cresceu não tenha experimentado: um probleminha aqui, uma preocupaçãozinha ali, um incômodo acolá. Apenas isso. Nada demais. Coisas de adulto... Em dias assim, sabe-se lá por que, essas coisinhas pequenas tornam-se grandes o bastante para me assustar. E a ansiedade aparece, o desconforto cresce e o rio da vida deixa de fluir com leveza. Melhor seria se pudesse permanecer na cama...


Mas não dá. É preciso levantar, erguer a cabeça e ir à luta. Somos adultos. Descobrim
os que não somos especiais nem estamos imunes aos males que a vida traz. É claro que a vida tem seu lado bom e belo. Sabemos disso. Mas, em dias assim, cinzentos, esse saber não nos consola. Prevalece a falta de ânimo. O corpo padece, a alma entristece e a vida perde o brilho. Dá vontade de voltar a ser criança e escapar dos compromissos e obrigações da vida adulta... E quem nunca se sentiu assim que atire a primeira pedra!

Tenho pra mim que o mundo da criança é bem mais interessante que o do adulto. Ele se apresenta cheio de vida, encanto, vibração e surpresas. É um mundo que se renova a cada instante, que se revigora a cada novo olhar.

O mundo do adulto, por outro lado, afigura-se um tanto sisudo e chato,
cansativo e monótono, enfadonho e repetitivo. Nele, trabalha-se muito, diverte-se pouco e a inocente exploração da realidade cede lugar à tediosa e responsável luta pela sobrevivência. As preocupações aumentam, o vigor físico diminui e a saúde começa a vacilar. O tempo deixa de ser um aliado e o futuro não se mostra mais tão amigo e amistoso quanto antes. Ser adulto não é fácil e nem sempre é bom. Às vezes chega a ser terrível e assustador. É quando, no íntimo da alma, sobrevém o espanto. E o homem se sente inseguro como menino, qual ave que saiu do ninho, sem saber se é capaz de voar.

Quem, alguma vez na vida, não se cansou de ser adulto? Quem nunca sentiu saudades da infância? E quem nunca desejou ter um pai amoroso, protetor e provedor, que assuma a responsabilidade e pague nossas contas? (Penso que tolo é quem não quer ter vida mansa).

Não estou só nesse desejo. E se duvidam, peço-lhes que deem uma olhada nas igrejas. Elas estão aí, em todo canto, em cada esquina. São erguidas do dia pra noite. Proliferam-se como se fossem ervas daninhas, embora não sejam. São flores que desabrocham sob chuvas de bênçãos que descem do céu. Observem-nas: a cada dia estão mais cheias de fiéis, pessoas que, cansadas da luta, buscam alívio nas promessas de prosperidade aqui e na esperança de facilidades futuras. Almejam ir para o Céu, um lugar especial no qual doenças não entram, tristezas não há, também não há contas a pagar, nem trabalho extenuante, nem rotina enfadonha, e muito menos adultos... Isto mesmo. No céu não há adultos, apenas crianças. Lá seremos todos inocentes e felizes. E teremos asas, como anjos e pássaros, com as quais poderemos voar sem medo.

Com efeito, o céu é um lugar destinado a crianças. Lá adulto não tem vez. É o que diz a Bíblia (S.Mateus 19:14). Nicodemos, um adulto, não estava credenciado a entrar nele a menos que renascesse como criança (S. João 3:3). Está escrito: "Se não ... vos tornardes como crianças, não entrareis no Reino dos Céus" (S.Mateus 18:3).

E ao que me parece, as igrejas estão interpretando esses textos ao pé da letra. Estão tentando transformar adultos em crianças. Tarefa difícil, senão impossível. Mais fácil é condicioná-los à agirem de modo infantil. E nisso elas estão logrando êxito. Duvidam? Então vou lhes dar um exemplo de aluno dedicado e que foi até elevado ao status de "santo", S. Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus (os jesuítas). Ele afirmava e testemunhava da mudança que lhe ocorreu com as seguintes palavras: "Acredito que o branco que eu vejo é negro, se a hierarquia da igreja assim o tiver determinado" [1]. Pronto. Virou criança!

Sinceramente, gosto de criança, mas adulto com comportamento infantil me enoja.


E retornando ao incidente que motivou esse texto, ontem acordei desmotivado, sem disposição para encarar os compromissos do dia. Senti até o desejo de voltar a ser criança, de poder não ser responsável, de deixar que outros decidissem tudo por mim. Mas ainda ontem, ao me lembrar do exemplo desse "santo", percebi o quão feio é ser pueril depois de já ter crescido. Se para ser santo é preciso agir assim, contento-me em permanecer pecador. Se ser criança é proceder dessa forma, prefiro continuar adulto.

Não pretendo abrir mão de meu discernimento, de minha capacidade cognitiva, da faculdade de pensar, da liberdade de escolher, acertar ou errar. Sei que renúncia ou negação não fará de mim uma criança, e sim um imaturo. Sei também que ser adulto não é fácil e nem sempre é bom. Mas, mesmo assim, estou decidido a continuar agindo como tal.

E você, o que decide?




Referências:
domingo, maio 17, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Que vontade de participar da Maratona de São Paulo! Mas dessa vez não vai dar. Faltam apenas duas semanas e a escassez de tempo me impossibilitou de treinar para encarar esse desafio.

O gráfico acima confirma o que disse: baixíssima quilometragem semanal. Neste mês, por exemplo, foram apenas 47 quilômetros, já computados os 10 km corridos hoje cedo.

Paciência. O jeito é me consolar assistindo ao evento pela TV.
quarta-feira, abril 29, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Era uma vez um sapo. Mas aquele não era um sapo qualquer, era um príncipe. Uma bruxa malvada lançou sobre ele uma maldição: palavras mágicas infectadas de poder malévolo transformaram o humano de sangue azul em anfíbio de sangue frio. Quanto poder nas palavras!

Eu era uma criança e, em minha inocência infantil, ficava fascinado com o poder das palavras que, na boca de uma classe privilegiada, transcendiam a esfera dos símbolos, ganhavam densidade e se realizavam no mundo objetivo. Perguntava-me, num misto de admiração e temor, se tais seres como bruxas, feiticeiros, encantadores, magos, adivinhos, videntes e profetas realmente existiam. Acreditava, isto sim, que acima deles, numa esfera elevada e inatingível, existia um Ser único e supremo em quem a palavra tinha o dom de se manifestar com força incomparavelmente maior e em proporções muito mais surpreendentes. Num passado distante, num tempo em que nem mesmo o tempo existia, esse Ser fez uso da palavra para dar conteúdo ao vácuo e, do nada, trazer tudo à existência. Está na Bíblia: "E disse Deus: Haja... e houve." (Gênesis 1:3).

Mesmo hoje, quando minha infância há muito se fez saudade, continuo a me surpreender com poder "mágico" das palavras, às quais recorremos com frequência como instrumento de ação, interação e coação. Por meio da palavra, agimos sobre os outros com incentivos, promessas, elogios, bajulações, mentiras, imprecações, insultos, ofensas e muito mais. E ao assim agirmos – ora exaltando, ora aviltando mediante palavras – é como se, por meio delas, ainda fôssemos capazes de transformar sapos em príncipes e príncipes em sapos.

E é aqui que começo a sentir certo desconforto, sobre o qual me permito falar em poucas palavras. Sinto-me dominado pela forte impressão de que nossa relação com as palavras às vezes se torna promíscua. Os dicionários definem "promiscuidade" como uma "mistura confusa" [1]. Desconfio que, sob condições que não me são claras, usamos a palavra pra criar uma espécie de realidade virtual dentro da qual nos sentimos mais confortáveis. Essa desconfiança ganha força sempre que ligo a TV e me deparo com programas religiosos nos quais reverendos, pastores, padres e apóstolos usam e abusam de palavras em rituais e cultos. Preces longas e invocações veementes são pronunciadas com fervor, evocando forças misteriosas capazes de manipular as leis da natureza. E são tantos e tão frequentes os milagres que supostamente acontecem que me pergunto se aquilo é ficção (fantasia) ou realidade. Não me parece que eu e eles vivemos a mesma realidade.

Permitam-me fazer uso de uma ilustração. Todos nós conhecemos bem um semáforo. Trata-se de um instrumento usado para controlar o tráfego de veículos e que faz uso de uma linguagem bastante simples, composta por três sinais luminosos nas cores verde, amarela e vermelha. A cada uma dessas cores está associado um significado: avançar, atenção e parar. Frequentemente vemos automóveis parando quando o semáforo emite um sinal vermelho e avançando quando o sinal está verde. Sabemos que não há nada de mágico ou sobrenatural no semáforo. Temos plena consciência de que a cor vermelha emitida por ele não possui o poder intrínseco de frear um caminhão. Ela é apenas um signo, um sinal, que o motorista interpreta como "pare!".

Parece simples, mas nem sempre nossa percepção é tão clara. Às vezes nos comportamos como se a palavra (o vermelho do semáforo), na boca de nossos guias, possuísse poder sobrenatural capaz de frear acontecimentos ruins ou mover o Universo em nosso favor. Movidos por essa crença, fechamos os olhos (e possivelmente a cabeça) quando eles oram invocando chuva, cura de moléstias, manutenção da saúde, advento de fortuna e, em alguns casos, a ruína e a morte dos inimigos.

Se ainda fosse criança eu acreditaria em tudo isso... Mas cresci. Hoje, bruxas e feiticeiros já não me metem medo, embora ainda me assombre com o poder das palavras, pois sei que, quando combinadas na dose certa, elas podem ser um sopro de vida ou uma lufada de morte. Usá-las, contudo, para transformar príncipes em sapos (ou coisas do gênero) me parece fantasia da qual gente grande deve desconfiar.


Referências
[1] Houaiss - verbete "Promiscuidade" - http://houaiss.uol.com.br/busca.jhtm?verbete=promiscuidade&stype=k

terça-feira, abril 21, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Sinto uma aversão profunda às baratas. Já vou adiantando que não é frescura. É um pavor que considero muito bem fundamentado. Sejamos francos: o mundo seria melhor e mais acolhedor sem elas, não é mesmo? Como são feias, nojentas, repugnantes, abomináveis e nocivas! Uma verdadeira praga. Você sabia que, para cada barata encontrada, há outras mil escondidas? Há quem diga (e eu faço questão de concordar) que as baratas são o principal vetor de transmissão de doenças ao homem, tendo sido comprovadas trinta e duas doenças causadas por bactérias, dezessete por fungos, três por protozoários e duas por vírus [1]. Não é de se temer um bicho desses?

E como são resistentes! Dizem por aí que elas resistiriam até mesmo a um apocalipse nuclear! Já pensou nisso? É mais provável, no futuro, um planeta Terra sem seres humanos do que sem baratas! Que horror! Que terrível! Para minha tristeza, as baratas são especialistas em sobrevivência. Já fiz de tudo para acabar com elas: inseticidas, iscas, K-Otrine, penitências, orações, promessas e jejuns. Nada funcionou. Será que magia negra resolve?

De tanto enfrentá-las, aprendi a respeitá-las também. É verdade. Fico consternado em fazer tal confissão. Apesar do meu ódio descomunal às baratas, de minha aversão doentia a elas, de meu desejo quase insano de bani-las da Terra, de meu desconforto e insatisfação em ter que conviver com elas, reconheço sim – a contragosto – que as baratas são um "intelligent design", um projeto bem sucedido, especializado na dura arte da sobrevivência.

Não entendo quase nada de biologia. Por isso, quando comparo o ser humano às baratas, sou induzido a pensar que levamos larga vantagem sobre elas, afinal, somos inteligentes, sofisticados, com um cérebro grande e complexo, ao passo que elas, coitadas, possuem um sistema nervoso rudimentar, um cérebro reduzido, uma visão limitada que as torna quase cegas. Mas é possível que eu esteja enganado...

A cada dia que passa, espanto-me mais com a capacidade adaptativa dessa praga repugnante. Algumas espécies de baratas, por exemplo, sobrevivem até trinta dias sem água; outras (ou as mesmas, sei lá) resistem até dois meses sem comida. E veja que horripilante: mesmo decapitada, uma barata é capaz de sobreviver por nove dias! (Isso me embrulha o estômago). E tem mais: em situações extremas, algumas espécies de barata se reproduzem sem a intervenção de um macho[2]. Deus do céu! Pode um coisa dessa?

Pelo que andei lendo, as baratas são originárias do continente africano e, não sendo boas voadoras, devem ter feito uso de navios para conquistar o mundo [3]. Hoje elas estão presentes em todos os continentes e em todos os lugares. Freqüentam restaurantes, igrejas, mercados, escolas e hospitais. E por mais que lhes neguemos entrada, elas se intrometem sorrateiramente em nossos lares e se transformam em hóspedes indesejados e perigosos. É provável que neste momento, enquanto lê este texto, alguma barata esteja a poucos metros de você. Cuidaaaaaaaaaaaaado!!!

Será que algum dia conseguiremos exterminá-las? Acho Difícil. Muito difícil. Mas sou um homem de fé. Tenho esperança e sonho com um mundo melhor para todos nós. Um mundo mais justo e fraterno, sem guerras, sem fome, sem doenças e sem baratas.

Resisto em crer que Deus as tenha criado. Não pode ser. Não faz o menor sentido para mim. Deus é bom e as baratas são perniciosas. Elas só podem ser obra do Capeta, o que me estimula em prosseguir nessa "guerra santa" contra elas. Preciso avisar a todos que baratas são seres demoníacos, filhas do Cão, agentes do mal, propagadoras de doenças, pecadoras malditas, amaldiçoadas pelo céu, inimigas dos santos, condenadas pelo Papa, destinadas a queimar no fogo do inferno, junto com o Diabo chifrudo que as criou.

E se você concorda comigo então levante também essa bandeira e participe desta guerra santa contra as baratas!

Referências:
[1] - Diário de biologia - "Curiosidades sobre Baratas!" - http://diariodebiologia.com/2008/04/curiosidades-sobre-baratas/
[2] - Pragas - "Baratas: Curiosidades" - http://www.pragas.com.br/pragas/barata/barata_curiosidades.php
[3] - Wikipedia - "Blattaria" - http://pt.wikipedia.org/wiki/Blattaria
quarta-feira, abril 15, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O título escolhido para esta postagem foi extraído da música "Tempos Modernos" de Lulu Santos. Pareceu-me bastante apropriado usá-lo porque sinto que o tempo tem passando depressa demais. Os dias ganharam asas. São aves de arribação que voam, apressados, para longe. E as horas não são mais horas; são minutos, talvez segundos... tão curtas, tão efêmeras... Quando penso que são, já foram. Evaporaram. Passaram sem que eu me desse conta. Passaram e me desgastaram (corroeram-me, consumiram-me, debilitaram-me...)

Tenho quase absoluta certeza de que foi ontem que o ano começou. Será que estou ficando senil? Vivo em conflito com o calendário, que teima em afirmar que já estamos em Abril. Não é possível! Olho para trás e não vejo tantos dias decorridos assim, neste ano. Meus sentidos me enganam... ou, talvez, os dias tenham sido tão semelhantes, tão iguais entre si, que acabaram se fundindo em um só, em minhas lembranças. 

Seja como for, sinto que o tempo deu uma acelerada e eu, já cansado, não consigo mais acompanhá-lo. Estou ficando para trás. Talvez por isso tenha pensado com tanta freqüência naquela poesia - Retrato - de Cecília Meireles que toca nessa questão com simplicidade, beleza e profundidade. E de tanto pensar nela, resolvi transcrevê-la abaixo e compartilhá-la com vocês. 

Retrato
 
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?

(Cecília Meireles)

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