terça-feira, março 31, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Estou sob o efeito de uma forte gripe. Forte não; fortíssima. Começou na sexta, prosseguiu durante o fim de semana e ainda está por aqui, atormentando-me.

Febre, dor de cabeça, dores nas articulações, fraqueza muscular, garganta inflamada e hipersensível, indisposição, falta de apetite, dificuldade para dormir, pesadelos, calafrios, congestão nasal e por aí vai.

Remédio? Evito ao máximo usá-los, mas dessa vez tive que ceder: chás, xaropes, analgésicos além do bom e velho mel... Mas a gripe continua por aqui, firme e forte.

Haja paciência!

Categoria: | 3 Comentários
domingo, março 29, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges

O soneto abaixo, denominado "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", é de Luís de Camões, considerados por muitos como o maior poeta da língua portuguesa.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Categoria: , | 0 Comentários
segunda-feira, março 23, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Acabei de ouvir o nosso presidente afirmar, em discurso inflamado, que o pior da crise já passou. Você acredita?

Em outubro/2008 ele também disse que essa crise, que lá fora tinha a força de uma tsunami, aqui não passaria de uma marola. Você acreditou?

Em 1500, ao "descobrir" essas terras, Cabal as batizou como "Ilha de Vera Cruz". Ele estava enganado. O Brasil não era uma ilha.

Pois é, alguém precisa avisar ao nosso presidente que o Brasil não é uma ilha.

Charge: JC Online.
domingo, março 22, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Coloquei aí, na barra lateral de meu blog, um espaço identificado como "Meu Twitter". Pois é, depois de certa relutância, resolvi experimentar mais esse modismo da Web.

Pelo que tenho lido e observado, ainda não está claro para muitos (inclusive para mim) qual é a utilidade ou propósito do Twitter. Alguns dizem que se trata de uma nova rede de relacionamentos, outros o chamam de miniblog, outros ainda o classificam como excelente recurso para cobertura jornalista e de eventos, e por aí vai. Talvez o Twitter seja tudo isso e mais um pouco.

No Twitter, as postagens estão limitadas a 140 caracteres e podem ser feitas de diversas maneiras:
  1. Pelo site do Twitter;
  2. Por algum aplicativo que você baixa e instala em seu computador (ex: add-on para Firefox);
  3. Por e-mail;
  4. Pelo Celular. Isso mesmo. Você pode mandar um SMS (torpedo) para um número específico e pronto: já está publicado.
Se o Twitter veio para ficar é algo que só o tempo dirá. Contudo, há fortes indícios de que ele terá uma história longa e de sucesso. Corre o boato de que a gigante Google, líder em serviços na WEB, está interessada em adquiri-lo.

No meu caso, resolvi usar o Twitter como instrumento de apoio ao Blog (há casos em que esse casamento aumentou a audiência do blog). Assim, posso fazer atualizações curtas, sobre assuntos que considero interessantes, mas que não merecem uma postagem maior ou mais detalhada. Com o tempo e a experiência, tentarei aproveitá-lo melhor (ou desistirei dele).

Para saber mais sobre o Twitter recomendo os sites:
  1. Dicas Blogger – Aqui você encontrará muitas informações sobre o Twitter. Recomendo o artigo "Como usar o Twitter – um guia para iniciantes". Outras dicas sobre o Twitter podem ser encontradas aqui.
  2. Inter Ney – O artigo "O que é Twitter? Para que serve o Twitter?" é leitura imprescindível para quem quer entender o Twitter e tirar proveito dele. Aborda questões como Twitter via Celular, MSN, E-Mail, navegador (Firefox) e integração com seu blog. Muitas dicas interessantes. Vale a pena conferir.
Em tempo, o meu endereço no Twitter é: http://www.twitter.com/detextoemtexto. Mas não é preciso ir lá para conferir. O que publico lá aparece aqui, na barra lateral desse blog, sob o título "Meu Twitter".
Categoria: | 2 Comentários
quarta-feira, março 18, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Tempos atrás, ao visitar o Forte São João em Bertioga, tive a oportunidade de observar cópias de documentos antigos, oriundos do período colonial. Tais documentos me fizeram pensar a respeito da evolução da língua portuguesa. Nossa língua está em constante processo de adaptação e mudança. Novas palavras são a ela incorporadas constantemente, outras se tornam obsoletas, outras adquirem novos significados, enquanto outras se esvaziam de sentido e caem em desuso.

Com efeito, os especialistas afirmam que "toda língua muda e varia"[1]. Varia no espaço (de região em região, de país em país) e muda ao longo do tempo. Essa mudança no tempo é tão significativa que, se a esquadra de Cabral milagrosamente ancorasse hoje em um de nossos portos, seus tripulantes enfrentariam sérias dificuldades em nos entender e em se fazer compreendidos por nós. É que quanto mais recuamos no tempo, tanto mais difícil nos é compreender o nosso próprio idioma, cujas palavras, estruturas e inflexões se nos apresentam menos familiares.

Para ilustrar esse fato, transcrevo abaixo os três versos iniciais da "Cantiga da Ribeirinha" [2], um dos textos mais antigos de nossa língua. Sua autoria é atribuída a Paio Soares de Taveirós e data do século XII (1189 ou 1198):

"No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vay,
Ca ja moiro por vos - e ay! "

Pergunto a você, falante nativo da língua portuguesa: conseguiu captar o sentido desse texto? Discerniu-lhe com clareza o significado? Apreendeu-lhe a essência? Entendeu o que o autor expressou em palavras?

É provável que sua resposta tenha sido "não". Fique tranquilo. Essa incompreensão é aceitável e até mesmo natural, afinal, entre esse texto e nossos dias há um intervalo de mais de oitocentos anos, durante os quais a língua portuguesa mudou, evoluiu. Até mesmo os especialistas reconhecem, admitem, a dificuldade de lidar com esse texto. Note o que dizem: "Este texto desafia a interpretação dos estudiosos. Seu sentido continua bastante obscuro. Não se pode concluir nem mesmo se trata de uma cantiga de amor ou de escárnio."[3]

Observe que estamos falando de um texto que foi redigido em português. É fato que se trata de português antigo, também conhecido como galego-português ou galaico-português [4]. Mesmo assim, é inegável a existência de um forte vínculo histórico/cultural/linguístico entre ele e o idioma que você e eu empregamos em nosso dia-a-dia. Algumas de suas palavras nos soam íntimas. Outras, porém, parecem-nos desconhecidas. Consequentemente, o sentido do texto se torna uma incógnita tanto para nós quanto para especialistas em linguística.

É importante salientar que a compreensão de um texto, mesmo que seja uma produção atual, não depende exclusivamente de fatores linguísticos. Fatores extralinguísticos – sociais, culturais, econômicos, preferências políticas, crenças, etc. – podem interferir e frequentemente interferem no processo de leitura, compreensão e atribuição de sentido. Em outras palavras, o que sou, o contexto em que vivo, meus valores, minhas crenças, minhas expectativas, meus temores, meu nível sócio-cultural, meu estado de espírito, tudo isso pode interferir e, de fato, interfere no processo de leitura, compreensão e atribuição de sentido.

Em vista disso, podemos presumir, com convicção, que um mesmo texto pode ser, e com frequência é, objeto de interpretações diferentes quando lido por pessoas diferentes (ou até pelo mesmo leitor, em diferentes momentos).

Em se tratando de texto antigo, como a "Cantiga da Ribeirinha", o distanciamento no tempo e consequentemente do contexto no qual ele foi concebido, torna o cenário mais nebuloso, incerto e até mesmo misterioso, aumentando o grau de dificuldade e a probabilidade de que incorramos em interpretação equivocada.

Tais dificuldades seriam ainda maiores se o texto em questão fosse mais antigo e produzido em outro idioma e cultura com os quais nossa afinidade fosse menor ou inexistente.

Em vista disso, não poderia deixar de tocar em um ponto delicado. A religião cristã se organiza em torno de um livro antigo (bastante antigo!) e oriundo de outra cultura. No Brasil, pra não falar do Ocidente, há um elevado número de denominações cristãs distintas e, em alguns aspectos, até antagônicas, fundamentadas num mesmo livro, num mesmo texto. A pergunta que se faz é: por que há tanta diversidade de interpretação?

Porque, como já foi dito anteriormente, a construção de sentido está diretamente relacionada ao agente, isto é, àquele que lê e interpreta. Na minha opinião, essa diversidade interpretativa deve ser encarada como algo normal, natural, comum e previsível.

Voltando aos três primeiros versos da "Cantiga da Ribeirinha", uma possível tradução para o nosso "português brasileiro" é a seguinte:

"No mundo não conheço ninguém igual a mim,
enquanto acontecer o que me aconteceu,
pois eu morro por você e ai! "

A poesia na íntegra, bem como algumas traduções, podem ser encontradas aqui[5] e aqui[6]. Observe que se trata de "traduções", pois o "sentido", este continua e continuará envolto em muito mistério...


Referências:

[1] Marcos Bagno. A língua de Eulália: novela sociolingüística, 11ª ed., São Paulo: Contexto, 2001.
[2] Trovadorismo: ttp://www.portrasdasletras.com.br/pdtl2/sub.php?op=literatura/docs/trovadorismo
[3] Trovadorismo - http://www.jackbran.pro.br/literatura/trovadorismo_portugues.htm
[4] Português antigo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Galaico-portugu%C3%AAs
[5] Wikipédia: Paio Soares de Taveirós - http://pt.wikipedia.org/wiki/Paio_Soares_de_Taveir%C3%B3s
[6] Superinteressante, “Texto português surgiu no século XII” - http://super.abril.com.br/superarquivo/1996/conteudo_115538.shtml
terça-feira, março 17, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges
O que muda na mudança,
se tudo em volta é uma dança
no trajeto da esperança,
junto ao que nunca se alcança?
(Carlos Drummond Andrade)
Categoria: | 2 Comentários
terça-feira, março 03, 2009 | Autor: Ebenézer Teles Borges

Asteróide passou bem pertinho da Terra. Deste nós escapamos. Cliquei aqui e acesse o site G1 para mais informações.
Related Posts with Thumbnails