sábado, fevereiro 26, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Já ouvi diversas vezes que "os homens são eternos meninos, o que muda é o valor dos brinquedos".

Faz sentido?

Começa a me parecer que sim, que a vida não deva levada a sério. Não em demasia. É preciso, sim, agir com responsabilidade. Organização e planejamento são necessários, mas tudo dentro de certos limites. Seriedade demais talvez atrapalhe.

Viver é complicado. Viver em sociedade é um desafio cheio de deveres, compromissos, responsabilidades, obrigações, contas a pagar e sapos a engolir. Sobreviver nessa teia social requer austeridade, maturidade, juízo, isto é, agir e comportar-se como adulto, num mundo dominado por adultos.

Adultos tendem a ser mais sérios que crianças. Estas, geralmente vivem o momento presente e o fazem de modo intenso, apaixonado. Adultos, nem tanto. Adultos vivem divididos entre o agora e o depois, entre o agora e o antes. Adultos são sérios. Bebem a vida com moderação, como recomendam os comerciais de cerveja.

Eu sou do tipo que tem a propensão de levar a vida a sério demais. Curiosamente, não gosto da palavra "sério", talvez porque ele me lembre o prefixo latim "seri-" que está associado a "fila", "encadeamento" e me lembre "produção em série". Produção em série é interessante para fábricas que, dessa forma, ganham em escala e reduzem custos. Pra gente de carne e osso, não encaixa bem. Somos peças únicas, sui generis. Não fomos fabricados; fomos concebidos. Mas, estranhamente, nossos modelos, nosso sistema educacional, a indústria do consumo e nossa necessidade quase insada de reconhecimento e aceitação nos levam a abdicar de nossa singuralidade e a nos perder no plural social (deixo de ser o que "sou" para ser o que "são"). Nossa vida passa a ser um "encadeamento" de atividades, uma "fila" de compromissos. Tempos modernos, como no filme de Chaplin. Comportamento civilizado, robótico, sério ou em série, sei lá... dias pré-fabricados, que reproduzem com precisão de relógio suíço a mesma rotina cinza cínica. Dias que são cara de um, focinho do outro.

Penso muito antes de quebrar a rotina. Sou sério! Penso muito antes de tomar uma decisão. Às vezes minha esposa me dá umas alfinetadas, senão não saio do transe. "De pensar, morreu o burro", como diz a sabedoria popular. O burro é um bicho sério. Eu sou sério. Logo...

Silogismo à parte, toda essa ladainha é apenas para dizer que, há uns dois meses, deixei a seriedade de lado e me dei um presente (não antes de vários meses de pesquisa, muito pensar, refletir, calcular, comparar, analisar e até me angustiar, afinal, sou tão sério quanto um burro). Por fim, graças à intervenção de minha esposa, resolvi me presentear com um smartphone (Milestone 2 da Motorala) e voltei a ser menino, a despeito dos muitos cabelos brancos que coroam minha cabeça e denunciam minha idade.

Levei quase um mês para receber a primeira ligação no aparelho. Explico: na média, recebo duas ligações por mês: uma é de minha esposa, a outro é engano. No último mês fiquei abaixo da média.

À rigor, não preciso de celular, mas ando com um o tempo todo, como todo mundo. Coisas da vida em sociedade. Teimosia em ser igual aos demais, para não ser rotulado de diferente ou esquisito. É certo que muitos precisam de celular, alguns até tem mais de um... Pra mim, celular é enfeite e, agora, um brinquedo. Brinquedo caro! Um verdadeiro computador de mão no qual já instalei um bom número de aplicativos, utilitários e, é claro, vários joguinhos divertidos.

Depois que adquiri esse smartphone, com seu fantástico sistema operacional Android do Google, passei a ser um testemunho vivo da sabedoria popular: "os homens são eternos meninos, o que muda é o valor dos brinquedos". Com o Milestone consegui por de lado a seriedade e me envolver com o lúdico. Redescobri o prazer de brincar. Belo aparelho! E embora eu quase não o use para fazer ligações, posso afirmar que ele funciona muito bem como telefone. Pelo menos é o que diz o manual fabricante (rs).
quinta-feira, fevereiro 24, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges

A correria da vida tem me privado de tempo para pensar. Sou um ser pensante, ou pelo menos deveria ser. Tenho sido um "pensante não praticante". Ultimamente tenho abusando do piloto automático. De casa para o trabalho, do trabalho pra casa. E entre uma coisa e outra, longas e enfadonhas horas no trânsito neurótico de São Paulo.

Tenho tomado, à cada manhã, a pílula da condescendência com essa realidade mórbida e, sob seu efeito, passo a encarar os fatos como "normais". Sigo, ao longo do dia, sonolento, entorpecido, distante... até que um fato novo se encarregue de me despertar. E foi isso que aconteceu. Nos últimos dias fui tocado por dramas vividos por colegas de trabalho e familiares diante do inexorável, do inevitável: A morte.

O tempo passa para todos e leva consigo a beleza da forma, o vigor da juventude e, por fim, a própria vida. A morte mora ao lado. Segue-nos como sombra. Está sempre em nosso encalço e se aproxima perigosamente à medida que o tempo de vida avança. Por fim ela sempre nos alcança, abraça, envolve, aniquila.

Começamos a morrer assim que nascemos. Contradição insuperável: a vida traz em seu cerne a semente da morte! Essa semente brota, cresce e se faz árvore, cujas sombras densas nos cobre.

Dizem que a única certeza absoluta que se pode ter é que a vida terá um fim, cedo ou tarde. Há os que acreditam que é dessa certeza indigesta que brotam os delírios da imortalidade e as crenças na ressurreição do corpo, na imortalidade da alma, na vida após a morte, ou algo do gênero. Faz sentido?

E eu que seguia embalado pela rotina - meio vivo, meio morto - fui chacoalhado por sinais vindos de vários lados alertando-me para o fato de que é preciso viver de forma plena.

Pois é... Hoje, antes de ir dormir, resolvi resgatar minha capacidade (quase perdida) de pensar. E pensei. E me dei conta de que o tempo está passando e a vida se desbotando. É preciso viver!
domingo, fevereiro 06, 2011 | Autor: Ebenézer Teles Borges
Fevereiro chegou depressa. Pelo jeito, não sou o único que gosta de correr. O tempo parece ser mais amigo da velocidade que eu. Janeiro se foi célere, ligeiro, e fevereiro avança a passos largos.

Eu aproveitei as férias para aumentar a quilometragem. Agora, de volta à labuta, o ritmo de treino voltou ao normal, isso é, apenas nos finais de semana, com raras exceções.

Como o ano passado foi o pior dos últimos dez anos em volume de treino, creio que em 2011 me sairei melhor. Quanto às metas, nada de maratona, mas uma meia irá bem. Vou me planejar para a Meia Corpore. Creio que até lá (abril) já estarei em condições de rodas 21 quilômetros em duas horas.

Hoje rodei 10 quilômetros no Ibirapuera. O parque estava fervilhando de gente, mas a volta da cerca é sempre tranqüila e rica em sombra. Corri bem devagar, apreciando o momento e poupando-me para atingir a meta. Muito bom!
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